Um dos destinos que mais gostamos de conhecer na Espanha foi o Parque Nacional Picos de Europa, localizado no norte da Espanha, a cerca de 500 km da capital Madrid e a 225 km de Bilbao. O parque fica na divisa de três províncias : Castela e León, Astúrias e Cantábria.

O Parque foi criado em 1918, sendo o primeiro parque nacional da Espanha. Seu território de 67 hectares possui generosas montanhas alcançando 2.645m sobre o nível do mar e onde estão espalhados pequenos e pitorescos vilarejos, vales, cânions, rios, trilhas e muita natureza. Em 2003 o Parque foi transformado em reserva da Biosfera pela Unesco.

Algumas informações

A melhor forma de se explorar o  Parque Picos de Europa é de carro, parando nos mirantes, passando por cânions, rios e montanhas. O Parque possui boas estradas, porém estreitas e  sinuosas o que restringe a velocidade a 60Km/h em média.

O ideal é percorrer  o Parque alternando bases, fazendo um circuito, pois  apesar das distâncias serem relativamente pequenas o tempo de deslocamento entre os vilarejos é longo (lembre-se que é preciso contornar a cadeia de montanhas). Escolha uma cidade, percorra a região de sua zona, visite as atrações, faça as trilhas e depois mude para outra Base. Os deslocamentos entre bases fazem parte do passeio uma vez que as estradas são belíssimas.

Para quem gosta de trilhas, há inúmeras possibilidades, desde as leves e planas até as mais rigorosas com desníveis elevados.  As trilhas são bem sinalizadas e preservadas.

A principal cidade de Picos de Europa é Cangas de Onis onde há muitos hotéis, restaurantes e estrutura turística. Porém se quiser mais tranquilidade, vale a pena ficar nos vilarejos menores, com  hotéis familiares, boas opções de restaurantes e onde se pode efetivamente deslumbrar toda a beleza de Picos de Europa. Fizemos duas bases : em Posadas de Valdeón e Fuente Dé.

A região também é conhecida pelo seu rebanho e atividade de pastoreio, sendo uma grande produtora de queijos premiados como Gamonéu, Cabrales, Tresviso . Não deixe de prová-los, principalmente  o prestigiado Queijo Azul. Quase todos os vilarejos possuem pequenas lojas onde pode-se comprar e degustar o queijo fresco da região.

As principais atrações de Picos de Europa são: Cangas de Onis, Rute del Cares, Basílica de Covadonga, Lagos de Covadonga, Pico de Orango, Funicular de Bulnes, Teleférico de Fuente Dé e Potes.

A melhor época para visitar a região vai da primavera ao outono (maio a setembro). Fomos em agosto, altíssima temporada, e o parque estava bem cheio.

Mapa

Dia 1

Desembarcamos no aeroporto de Madrid, pegamos o carro alugado previamente pelo site da RentCars  e seguimos por 390 km (5h)  para nossa primeira base em Picos de Europa : a pequena cidade de Posadas de Valdeón. As autoestradas espanholas são excelentes! Como fizemos essa viagem no mês de agosto vimos muitos campos de girassol no trajeto.

Nos hospedamos em uma pousada familiar simples chamada  Casa Abascal. Depois do check-in, percorremos o pequeno vilarejo a pé e aproveitamos para experimentar o famoso queijo Azul da região. À noite jantamos no delicioso restaurante  Desván de Valdeon.

 Dica : Se você tiver tempo, não deixe de conhecer a charmosa cidade de Riaño cercada por belas montanhas. Essa cidade fica a 32 km de Posadas de Valdeón.

Dia 2

Acordamos cedo e seguimos para o vilarejo de Caín, a 9Km de Posadas de Valdeón, para percorrer a Ruta del Cares – essa trilha é uma das principais atrações do parque Picos de Europa. No caminho paramos no Mirante del Tombo, ótimo lugar para tirar fotos.

A Ruta del Cares é  uma trilha linear de 11 Km que liga os vilarejos de Caín a Poncebos, antigo caminho utilizado para manutenção da represa do rio Cares, escavado na rocha ao longo do Cânion do Rio. Apesar de ser longo, a trilha é bem fácil de ser percorrida, pois é praticamente toda plana e há algumas pontes sobre o rio. Alguns pontos requerem uma atenção redobrada devido à altura (não há guarda corpo).

A trilha pode ser feita de várias formas : começando em Caín e terminando em Poncebos ou vice-versa. Se você optar por fazer a trilha completa ida e volta são 22km. Você também pode, por exemplo, sair de Caín e caminhar até Poncebos e, de lá, voltar a Caín de ônibus – esse trecho é operado pela empresa Alsa durante a alta temporada. Outra opção é fazer como nós  fizemos:  saímos de Caín, percorremos cerca de 7 Km, trecho no qual  o cenário é mais impressionante com cânions, pontes, mirantes, passagens pela rocha… e regressamos. No total caminhamos 14km ida e volta. Seguimos a dica da Oficina de Turismo de regressar assim que o cânion abre e a paisagem deixa de ser tão deslumbrante.

Porém saiba que  o ônibus faz um trajeto mais longo, e por isso esse retorno de bus pode levar de 3h a 4h.  Portanto acaba sendo mais rápido voltar a pé mesmo. Confira os horários no site da Alsa.

Reserve o dia todo para esse passeio, pois há várias  paradas para admirar a paisagem e a trilha é longa.  No retorno a Caín aproveite para se refrescar nas piscinas naturais do Rio Caín, a água é gelada mas refrescante. Não esqueça de levar água e lanche, pois ao longo da trilha não há qualquer tipo de comércio.

Retornamos a Posadas de Valdeón e jantamos novamente no delicioso restaurante Desván de Valdeón.

Dia 3

Seguimos em direção a Cangas de Onis ao norte do parque. O caminho desde Posadas de Valdéon até lá é sinuoso e passa por belos vales e cânions. No caminho fizemos paradas no Mirador de Valdeón, Mirador de Piedras Histas, vilarejo Oseja de Sajambre, Desfiladero de los Beyos,  margeando o rio sela, cascata de Aguasaliu.

Mas as principais atrações dessa região são os Lagos e a Basílica de Covadonga.  A melhor forma de visitar os Lagos de Covadonga é de ônibus, pois as estradas são muito estreitas e as vagas são reduzidas. No período de de alta temporada a estrada fica fechada para carros e o transporte é feito exclusivamente em ônibus.

Não se preocupe pois tudo é bem organizado. Basta seguir em direção à Basílica de Covadonga e parar o carro  em um dos 4 estacionamentos no caminho (custa 2,00 euros pelo dia todo), comprar o ticket do bus por 8 € no local e embarcar no ônibus operado pela ALSA em direção aos Lagos passando pela Basílica de Covadonga. Não é necessário reservar o bilhete do bus com antecedência. Basta aguardar o próximo. A frequência é grande.

É preciso caminhar para conhecer todos os lagos. A trilha é fácil, vimos muitas famílias com crianças e pessoas de idade. O lugar é lindo! Reserve um dia inteiro para esse passeio e não deixe de levar um lanche para um piquenique.

A Basílica pode ser visitada antes ou depois dos lagos. Atenção – costuma haver fila para pegar o ônibus no retorno dos lagos. No nosso caso esperamos cerca de 45 minutos.

Nós regressamos a Posadas de Valdéon,  mas recomendamos montar uma base também em Cangas de Onis para conhecer melhor a cidade e a sua famosa ponte romana. Como dito anteriormente, em Cangas de Onis há varias opções de hotéis e restaurantes, além da cidade ser bem agradável e contar com as facilidades como banco, supermercado e comércio.

Dia 4

Após o café da manhã, seguimos para Poncebos, vila onde termina (ou começa) a Ruta del Cares que fizemos no segundo dia. Em Poncebos se encontra a estação Funicular que leva ao vilarejo de Bulnes, que parece ter parado no tempo! Lá há casinhas de pedra e uns  cafés/restaurantes de onde começa a trilha de 20 minutos até o Mirador del Naranjo, de onde se pode ter a visão do Monte Naranjo, uma das montanhas mais famosa de Picos de Europa. Também é possível caminhar por cerca de 1h30 até a base do Mt. Naranjo.

O Funicular de Bulnes custa 22€ ida e volta para o adulto e 6,71€ crianças. Há estacionamento no local.

Descemos o funicular, pegamos o carro e seguimos  para conhecer mais alguns vilarejos pequenos e  fofos : Tielve, Sotres e Tresviso.

Depois passamos pela charmosa cidade de Potes, e de lá seguimos para nossa última base :  Fuente Dé – a cidade é uma graça. Nos hospedamos no hotel Parador Fuente Dé que fica bem na base do teleférico. Jantamos no hotel.

Dia 5

Subimos o teleférico de Fuente Dé. Fica a dica : durante a alta temporada (verão), as filas para subir esse teleférico são enormes! Chegamos lá antes do horário de abertura e já estava bem cheio, pois há várias opções de trilhas a partir desse teleférico, por isso é muito procurado. Ficamos a manhã inteira na montanha, caminhamos um pouco e regressamos ao hotel. Pegamos o carro e seguimos de volta para Madrid onde pegamos o voo de volta para o Rio.

Leia mais sobre a Espanha

• Dicas e roteiro de Madrid
• Dicas de restaurantes em Madrid
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• A rota dos Pueblos Blancos
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