Paraíso para os espeleólogos, o parque PETAR – Parque Turístico do Alto Ribeira – possui mais de 300 cavernas cadastradas, mas apenas 12 são atualmente abertas à visitação turística. É uma região rica em fauna e flora, coberta por densa vegetação da Mata Atlântica.
O PETAR tem área de 35.712 hectares e foi criado em 1958 para proteger o Patrimônio Natural da Região do Alto Ribeira, rico em biodiversidade de Mata Atlântica, sítios paleontológicos e arqueológicos. Se quiser mais informações específicas do parque, pode acessar o site aqui.
Como chegar: o parque está localizado no sul do estado de São Paulo, quase divisa com Paraná, e abrange os municípios de Iporanga e Apiaí. Está a cerca de 200km de Curitiba e 320 km de São Paulo. O caminho mais fácil é pela rodovia Régis Bitencourt – BR-116, entrando em Jacupiranga, passando por Eldorado e chegando em Iporanga. Nesse último trecho, a estrada que acompanha o Rio Ribeira de Iguape está mal conservada e não tem acostamento, porém é muito bonito.
O parque é dividido em 4 núcleos: Santana, Ouro Grosso, Caboclos e Casa de Pedra. As entradas do parque ficam na rodovia SP-165 (núcleo Santana e Ouro Grosso – bairro SERRA), acessada pelo BR-116, na rodovia SP-250 (núcleo Caboclos) e no bairro Ribeirão em Iporanga (núcleo Casa de Pedra).
Caso você vá se hospedar no Bairro de Serra em Iporanga, onde ficam os núcleos Santana e Ouro Grosso, terá mais 13km de estrada de terra.
Quando ir: a época em que menos chove é no inverno, mas as cascatas podem estar com menor vazão e é menos provável que as cavernas alagadas fiquem interditadas. No verão como há maior incidência de chuvas, as cascatas ficam “poderosas” e o banho é mais refrescante, porém deve-se ficar atento aos avisos de segurança quanto ao nível de água nas cavernas.
Onde ficar: os núcleos Santana e Ouro Grosso são muito próximos um do outro e, logisticamente falando, o melhor lugar para se hospedar é no bairro Serra, a 13km da cidade de Iporanga, SP. O núcleo Caboclos fica a 5km da cidade de Apiaí, SP. Já o núcleo Casa de Pedra fica próximo a Iporanga, no bairro Ribeirão.
Ficamos acampados de motor-home no pátio da Pousada Idati e foi muito bom, tranquilo e bem localizado. O contato da pousada é (15) 3556-1404.
Como fiquei hospedada no bairro de Serra, de Iporanga, em 3 dias inteiros conheci as cavernas e cachoeiras dos núcleos Santana e Ouro Grosso.
Como funciona o parque:
Tem um custo de R$ 12 por pessoa e R$ 6 por carro (preços de janeiro de 2016). Existe a meia entrada para estudantes e isenção de entrada para pessoas com mais de 60 anos.
Cada dia que você entra no parque, mesmo que no mesmo núcleo, paga a entrada novamente.
Todas as atrações devem ser visitadas com guia, não é permitida a entrada para as cavernas, cachoeiras ou trilhas dentro do PETAR sem a presença de um guia (monitor) cadastrado no parque. Os grupos podem conter até 8 pessoas e os horários de entrada nas cavernas devem ser agendados em cada núcleo antes de começar a visita, assim os fiscais sabem exatamente quantas pessoas há em cada uma e em que horário entraram.
O horário de visitação no parque é das 8h às 16h de terça a domingo. Abre às segundas somente quando tem feriados ou época de férias.
Fique atento que o número de visitantes é limitado por dia e por caverna e algumas fecham antes das 16h.
Importante lembrar:
- Para as atividades em cavernas e trilhas dentro do PETAR é obrigatório o uso de calças, camiseta com mangas no mínimo curtas (não pode ser regata) e calçado fechado;
- Também é obrigatório estar acompanhado de um guia credenciado no parque;
- Você vai precisar de um meio de transporte para chegar até os núcleos, apenas no núcleo Ouro Grosso fui andando desde o Bairro de Serra;
- É mais confortável usar roupas que possam molhar e sequem rápido;
- Talvez seja útil você levar mais de um par de calçados para trilha, a não ser que você não se importe de usá-los molhados no dia seguinte;
- O capacete com lanterna headlamp é fornecido pelo guia e cobrado à parte;
- As cavernas são completamente escuras, não há qualquer iluminação natural ou artificial à exceção da sua lanterna;
- É interessante levar lanches de trilha e não deixar o lixo pelo caminho;
- Deve levar: protetor solar e repelente, máquina fotográfica com proteção para água, alguma sacola estanque caso entre nas cavernas alagadas;
- As atividades de rapel ou cascading estão proibidas nas cachoeiras do PETAR;
- Você pode conhecer a Caverna do Diabo, que é uma atração turística fora do parque PETAR, mas a apenas 40km de Iporanga, sentido Eldorado. Vale a pena!
Visitação guiada:
Em todos os locais que você quiser ir dentro do PETAR, terá que ir acompanhado por um guia/monitor. Você pode escolher entre algumas das agências que lá existem ou algum guia autônomo como eu fiz.
Visitei os dois núcleos (Santana e Ouro Grosso) em 3 dias inteiros, acompanhada do guia credenciado Rodrigo Dantas Diniz que foi ótimo em suas explicações sobre a região e pela experiência em cavernas. Posso indicá-lo sem dúvidas, os contatos do Rodrigo são: (15) 3556-1404 , (15) 99815-7528 e [email protected].
Dicas de como explorar o PETAR:
A melhor forma de se aventurar pelo PETAR é se baseando nos núcleos, que foram criados para melhor controlar o acesso de turistas. Cada um deles dá acesso a suas atrações.
Para melhor organizar o post e descrever todas as 7 cavernas que conheci nesses dois núcleos e que são abertas à visitação turística, escrevi em posts separados: núcleo Santana e núcleo Ouro Grosso.
Em resumo, os principais pontos visitados em cada núcleo do PETAR são:
Núcleo Santana: fica no vale do rio Betari, região linda de mata exuberante. É o núcleo mais visitado e com maior infraestrutura. Aqui podem ser visitadas as cavernas Água Suja, Cafezal, Morro Preto, Couto e Santana, além das cachoeiras do Couto, Andorinhas e Betarizinho, essas duas últimas estão na trilha do Betari.
Ainda na região do núcleo Santana, mas fora do parque PETAR, podem ser visitadas as cachoeiras Arapongas e Sem Fim.
Em 3 dias você consegue conhecer essas cavernas, cachoeiras e ainda fazer um boia cross.
Núcleo Ouro Grosso: fica a apenas 3km do núcleo Santana, também no vale do rio Betari e no bairro de Serra, em Iporanga. É por aqui que você pode conhecer as cavernas Ouro Grosso e Alambari de Baixo.
Acredito que 1 dia seja suficiente para conhecer essas duas cavernas.
Núcleo Caboclos: fica na região central e mais alta do parque, na redondeza do município de Apiaí. É o ponto de partida para conhecer as cavernas Mirim I e II, Chapéu, Aranhas e Teminina e as cachoeiras Sete Reis e Maximiliano. É o único núcleo em que se pode acampar, mediante reserva.
Núcleo Casa de Pedra: localizada no vale do rio Iporanga, bairro de Ribeirão em Iporanga, é o local de onde se pode conhecer o pórtico da caverna Casa de Pedra, com 215m de altura, acessado apenas por trilha e é proibida a entrada.
Nos próximos posts, veja a descrição do roteiro para cada núcleo do PETAR.
Posts relacionados:
- Dicas gerais de como explorar o PETAR – Post 1
- Roteiro no PETAR – Núcleo Santana – Post 2
- Roteiro no PETAR – Núcleo Ouro Grosso – Post 3
Você também pode gostar de ler:
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Oiee Juliana….adorei seus relatos sobre o PETAR e a Caverna do Diabo!!! Com certeza vão me ajudar muito pra definir onde ir e quais cavernas/cachoeiras visitar agora em abril…
Só queria te fazer duas perguntas….a primeira é se vc visitou a Caverna do Diabo e o PETAR na mesma viagem e em qual lugar foi primeiro!!!
Outra coisa que gostaria de saber é quanto aos guias para o PETAR….vc comentou que em todos os locais tem que ir guiado né, então queria saber se vc se recorda o valor que é cobrado pra isso (ao menos naquela época)?
Desde já muito obrigada.
Att.,
Adriane
Oi Adriane,
tudo na mesma viagem, eu visitei primeiro a Caverna do Diabo, porque ela fica antes de chegar no PETAR, pra que vai desde Curitiba.
Sim, todos os locais você deve entrar na portaria com guia, tudo é registrado. No PETAR eu paguei R$150 a diária do guia, como fui sozinha, paguei só pra mim. Na Caverna do Diabo tem o ingresso que está incluso o guia, mas não me recordo agora o valor.
Natureza lá é demais!
Beijos, Juli