A querida Carol Trevelin, que posta fotos lindas em seu instagram (@carol_trevelin), e já escreveu vários posts bacanas aqui no blog, voltou para contar para gente hoje sobre um lugar no Mato Grosso que sou louca para conhecer : Nobres!!! Com a palavra, Carol!
“Fomos para Nobres no feriado de Finados, em 2015, e três dias foram suficientes para conhecer o local, uma vez que os passeios não são muito demorados.
Como chegar
Voamos até Cuiabá e, de lá, alugamos um carro até Bom Jardim, cerca de duas horas de viagem, até um pouco menos. Alugamos pela Thrifty, algo em torno de R$ 150,00 a diária com todas as taxas. Achamos que foi um preço bom!
Quanto ao caminho, o melhor é (1) pegar a BR-251 sentido Chapada dos Guimarães e, (2) no trevo do Manso, pegar a MT-351 sentido Lago do Manso. Uma vez nesta rodovia, é só seguir “reto toda vida” sem se desviar (porque, se olhar no mapa, a MT-351 faz um desvio acentuado para a direita que você NÃO deve pegar) e, se seguir reto, (3) automaticamente você estará na MT-244. As placas são poucas, mas siga sempre sentido Bom Jardim até chegar praticamente no final da rodovia, onde (4) haverá uma rotatória indicando “Bom Jardim” à direita e “Nobres” à esquerda. Seguindo à direita, em alguns minutos já começa avistar casinhas e as pousadas, tudo ali, na beira da rodovia, que acaba após a vila de Bom Jardim.
Quando ir
A região possui a época de seca, que vai de abril a setembro, e a época de chuvas, de outubro a março. A vantagem de ir na época de chuvas é que faz mais calor e entrar nas águas geladas se torna refrescante. A desvantagem é que pode chover com frequência, a ponto de turvar as águas cristalinas das nascentes e dos rios. Apenas fique atento ao risco de trombas d’água em cachoeiras no período de chuvas e com as queimadas que podem ocorrer no período de seca extrema, entre julho e outubro. Eu recomendaria ir entre setembro e outubro, quando chuvas fortes ainda não começaram e a temperatura já está mais agradável para os banhos de cachoeira. Eu fui em novembro e peguei chuva de leve a moderada, no começo e fim do dia (no último dia de viagem choveu o dia todo…).
Onde ficar
Eu me hospedei na Pousada Lagoa Azul (cujo dono é também proprietário da Agência Anaconda Turismo e ficam ambas lado a lado). Optei por esta pousada, pois eles ofereciam um pacote para o feriado de 3 dias e 2 noites que incluía café da manhã, dois almoços (no restaurante da pousada que é também aberto ao público) e os seguintes passeios: Aquário Encantado e Rio Salobra (Flutuação); Balneário Estivado (Rio para Banho); Lagoa das Araras (Trilha de observação no final da tarde) e Cachoeira Serra Azul (Banho). Fora isso, possuía todo o básico: cama box, ar-condicionado, TV, Frigobar, banheiro privativo e internet Wi-Fi. O pacote saiu em R$ 380,00 por pessoa em apartamento duplo. Devo dizer que o wi-fi funcionou super bem no meu quarto, que era um dos fundos, na parte superior. Entretanto, a pousada parece ser nova e ainda tem a melhorar. O café da manhã, por exemplo, tinha opções como chá, café, sucos, leite frio e quente, achocolatado, frutas, pão, biscoitos, bolos, geleias, frios, ovos mexidos, mas a apresentação estava bagunçada, principalmente na parte de frios e frutas e os funcionários pareciam estar meio perdidos na reposição, talvez pela quantidade de gente. O almoço também foi simples. Comida boa, de fato, mas básica. Sempre com uma opção de peixe, que é algo bem presente na culinária local.
Diria que minha hospedagem foi de razoável para boa. Todos os passeios foram feitos com os vouchers da agência sem qualquer problema, com exceção de um. Eu comprei a flutuação no Rio Triste, que não estava incluída no meu pacote, com a própria agência Anaconda. Chegando na sede da fazenda, não queriam aceitar meu voucher de jeito nenhum. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que o dono da fazenda não se dá bem com o dono da pousada e não aceita nenhum voucher que venha da agência dele. Sendo assim, sugiro que comprem o passeio de flutuação no Rio Triste com qualquer outra agência. O dono da fazenda foi muito atencioso conosco e nos deu a possibilidade de pagarmos para ele ali na hora e depois recuperarmos o dinheiro que já havíamos pago com a agência. Fiquei meio apreensiva na hora e ele me ofereceu o telefone para ligar na pousada e falar diretamente com a pessoa que me vendeu o voucher. Esta, por sua vez, pediu desculpas e disse que não sabia que esse tipo de problema ainda existia e que poderíamos pegar nosso dinheiro de volta depois. Por sorte tínhamos o valor de mais dois passeios na carteira para pagar na hora.
Passeios
Quando chegamos, o tempo estava bem feio. Chegamos à vila sob garoa, que piorou à tarde. Nosso primeiro e único passeio do dia estava marcado para 15:30h, que era a flutuação no Aquário Encantado e Rio Salobra. Próximo a este horário, fomos até o local com chuva fina. O caminho é voltando para a rotatória citada acima e seguindo sentido Nobres. A poucos quilômetros já se vê a placa com indicação. Mas as pessoas das agências fornecem mapinhas e explicam tudo direitinho. Algo que me surpreendeu muito foi a qualidade das estradas de terra (sim, porque os acessos aos locais dos passeios é feito por terra). Mesmo após as chuvas, elas estavam bem drenadas e sem muitos buracos.
Uma explicação: Recanto Ecológico/Lagoa Azul/Aquário Encantado são a mesma coisa e Reino Encantado e Refúgio Azul são outras nascentes. A diferença nesses passeios é que cada um é em uma nascente diferente, sendo o Aquário Encantado o mais profundo, com até 6 metros de profundidade. Geralmente, eles são finalizados com flutuação no Rio Salobra, acredito que em ponto diferentes. Pelo menos, foi o que eu entendi. Perdoe-me se eu tiver entendido errado (rs). Cada um deles é um passeio pago, em torno de R$ 60,00 a R$ 75,00 por pessoa.
Aquário Encantado e Rio Salobra: como já disse, o aquário é a maior nascente e com maior profundidade. Como pegamos tempo de chuva, foi possível ver a cor maravilhosa da água, em um azul impressionante, mas a visibilidade ficou um pouquinho comprometida. Acredito que com sol forte deva ser impressionante! A trilha até lá é feita com um guia local e em sua maior parte em um trator e poucos metros à pé até a nascente, onde o grupo pode entrar para banho por alguns minutos. Em seguida, é feita outra pequena trilha até o ponto onde se inicia a flutuação no Salobra. O equipamento de flutuação (snorkel e colete) é fornecido na sede do local antes de se iniciar o passeio, mas se eu puder dar uma dica para você que tem espírito explorador e curte esses passeios, seria: compre seu próprio snorkel! Não é caro e não tem sensação melhor no mundo de saber que você está pondo a boca em algo que só você utilizou…(rs!).
O rio Salobra, na minha opinião, é um pouco estreito e de coloração menos bonita que o Rio Triste (vou falar mais para frente). Vi alguns peixes, mas, não sei se porque já era fim do dia e muitas pessoas já haviam passado por ali, a vida embaixo d’água estava um pouco tímida.
No fim do passeio, voltamos ao início da mesma trilha e o trator nos leva de volta. A sede conta com banheiros e chuveiros, além de restaurante e redário para descanso.
Cachoeira Serra Azul: no outro dia de manhã fomos direto à Cachoeira Serra Azul, que está em uma propriedade do SESC. São aproximadamente 19 km até lá, sendo 6 km do final da estrada asfaltada da Vila até uma bifurcação (à direita, Rio Triste e, à esquerda, cachoeira) e mais 13 km até a entrada da cachoeira. Este passeio é feito com guia e, chegando na sede, damos os nomes e demais dados e seguimos para a trilha. São 800 metros de trilha, contando com alguns degraus de subida relativamente íngreme. Mas, a trilha é tão curtinha que, quando você começa a cansar, já chegou! Lembrando que este passeio você pode comprar com ida e volta por trilha ou a volta de tirolesa, que está no meio da trilha da subida. A cachoeira é linda! Tem 45 metros de queda, poço de aproximadamente 6 metros de diâmetro e profundidade máxima de 6 metros. Este passeio costuma custar em torno de R$ 50,00/pessoa e não pode deixar de ser feito! A quantidade de peixes que se vê no raso, próximo às pessoas, é incrível. Pena que os guias não costumam demorar muito por lá. Com menos de uma hora, eles já chamam para retornar. É obrigatório uso de colete salva-vidas para entrar na cachoeira.
Em geral, os passeios em Bom Jardim não costumam ser longos, durando no máximo umas 3 horas, o que permite fazer até dois deles por dia e voltar para almoçar.
Flutuação Rio Triste: após a cachoeira, voltamos à Bom Jardim para almoçar e retornamos para fazer a flutuação no Rio Triste. Dica: garanta seus passeios quando chegar, pois pode ser que não tenha mais vaga. Ouvi dizer que é possível pagar os passeios na hora, sem os vouchers, mas eu não me lembrei de confirmar essa informação. Chegando naquela bifurcação que falei acima, são mais uns 10 km até a fazenda sede. Ali você também pega seu colete, snorkel, papetes/sandálias e segue em uma curtíssima trilha até o começo da flutuação. O instrutor dá algumas instruções e se inicia o passeio. Na minha opinião, o rio Triste é muito mais bonito que o Salobra. Ele é mais amplo, águas mais claras (ok, neste dia fez sol o dia todo) e, em alguns pontos, a incidência de luz faz parecer realmente que você está dentro de um aquário. Vi muito mais peixes (dentre eles um dourado ainda filhote, mas lindo) e me disseram que pela manhã é mais comum ver até arraias (à tarde, devido ao grande fluxo de pessoas pelo rio, elas se escondem). Por isso, o guia recomenda não pisar no fundo do rio onde há areia, pois elas podem estar camufladas e podem machucar caso se sintam ameaçadas.
O valor deste passeio é em torno de R$ 50,00 a R$ 60,00/pessoa.
Lagoa das Araras: nesse mesmo dia no fim da tarde (sim, é possível..rs), fomos até a Lagoa das Araras, bem próxima à vila (1,5 km) e se chega de carro tranquilamente. Geralmente é cobrado R$ 15,00 no voucher de visitação que é entregue na loja “Celso Materiais para Construção”. Não tem erro. Este passeio é de paciência e contemplação, afinal, as araras chegam para pousar nos buritis quando querem e aos poucos. Ouvi um guia dizendo que atualmente o número é bem menor nessa época (fui no começo de novembro), pois elas buscam alimentos em outros locais. Mas ainda assim foi possível ver alguns casais. É preciso esperar. Fora isso, aproveite a grande quantidade de maritacas e garças que também tomam a cena e a pintura do reflexo dos buritis na lagoa. É uma paisagem linda e bem diferente dos outros lugares do Brasil
DICA: Neste dia, fomos jantar no restaurante do Chapolin. Havíamos pedido uma sugestão para o dono da fazenda do Rio Triste e ele nos indicou este restaurante. Na vila, também confirmamos isso com a frentista do posto de gasolina onde abastecemos e ela disse que a comida era muito boa. Fomos conferir. O restaurante fica atrás desse posto de gasolina (mas há placas indicando, juro que não tem erro) e é pequeno. O esquema é o seguinte: o dono, o Chapolin, e mais alguns outros ajudantes, preparam o jantar do dia em fogão à lenha: tinha arroz, feijão, frango em molho, abóbora cozida, farofa e o famoso peixe assado na folha de bananeira. O peixe é feito na churrasqueira e é a atração da casa. Sério, ele assa muitos! Somente quando está tudo pronto ele abre as panelas e chama todos que estão ali aguardando para se servir. E é isso. Pagamos R$ 25,00/pessoa para comer à vontade. Quando a comida acaba, acaba. Quem comeu, comeu. Quem chega tarde, não come…rs. Nós não sabíamos disso e, por sorte, chegamos minutos antes de estar tudo pronto. Ah, e Chapolin é porque, no meio do jantar, eis que ele aparece realmente vestido de Chapolin para servir o peixe. Vale lembrar: o local é bem simples, rústico e algumas mesas são bem grandes, onde se acaba dividindo com mais pessoas desconhecidas. Achei bem legal e conheci uma família bem bacana. Mas, havia muitos insetos daqueles de lâmpada que adoram torrar nossa paciência à noite e algumas lâmpadas ficavam bem em cima das mesas. Se for até lá, prefira um local pouco iluminado. Não preciso dizer que a comida estava deliciosa.
Balneário Estivado: deixamos o balneário para o nosso último dia de manhã. O plano era relaxar lá no período da manhã, voltar para a pousada para tomar banho e fazer check out. O motivo de deixarmos este como último passeio é que ele está logo no fim da estrada asfaltada, sentido cachoeira Serra Azul/Rio Triste e, quando passamos em frente, nos surpreendemos por ser bem menor do que parece nas fotos. É apenas uma palapa grande onde há mesas para comer/beber e uma pequenina represa de água cristalina e muitos peixes, bem rasa, para banho. Outro porém é que por ser mais barata para entrar (nas agências R$ 10,00), há muitas pessoas e pouco espaço. Então, foi esse nosso pensamento: se der, vamos conhecer. Se não, ok. E ainda bem que pensamos assim! Na segunda-feira do feriado amanheceu chovendo muito! E como já tínhamos feito tudo que gostaríamos e estávamos sem expectativas para o balneário, fizemos check out e fomos dar uma volta em Cuiabá.
Enfim, Bom Jardim não tem segredo. Aproveite ao máximo esse lugar de belezas diferentes e surpreendentes! E aproveitem para me visitar no Instagram: @carol_trevelin”
A Carol é farmacêutica, tem 27 anos, paulista atualmente morando em São Paulo capital e, apesar de viver na cidade de concreto, sempre conta os segundos para estar em contato com a natureza e descobrir novos ares. Viagens e fotografia são suas paixões, além do amor sem limites pela família e pelo noivo, Marcus, seu mais fiel companheiro de aventuras.
Outros posts da Carol Trevelin:
Você também pode gostar :
As agencias oferecem transporte para os passeios, mesmo sendo pago a parte?
Estou pensando em ir, mas não pretendo alugar o carro.
Vou de SP para o aeroporto de Cuiabá e de lá procurar um rodoviario
Bom dia, não sei ao certo se existe ônibus para todos os passeios, o ideal seria vc procurar um pacote no onibus de turismo que as agências oferecem, pois esses sim vão aos passeios e pousadas.!
Bom dia. É um lugar encantador tudo divino. Mais ainda gostei mais de Bonito- MS. Mais oportunidades de passeios, lugares pra passar o dia tudo. E anoite na cidade tem bastantes lojas e entreterimento.