A Lapônia é uma região que abrange o norte da Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia. Cada país tem a sua Lapônia cuja maior extensão de terras encontra-se acima do círculo polar ártico. Em novembro de 2015 já estava completamente branquinha de neve e muito frio.
A Finlândia, Suomi em finlandês, é um grande país de pura natureza, pois a densidade populacional é de somente 17 habitantes por km2, num total de pouco mais de 5 milhões de habitantes. É conhecido como o país das florestas, visto que 3/4 de seu território é coberto por bosques. Tem mais de mil lagos e outras mais de mil ilhas. O finlandês é um povo que admira a natureza, seja com o sol da meia-noite no verão, seja com o crepúsculo azul do inverno. As estações são bem marcadas e conferem diversidade às paisagens que têm uma atmosfera tranquila, ótimo para relaxar nas férias.
Esse post é continuação da viagem que apresentei no post 1 sobre a caçada à aurora boreal no norte da Noruega e da Finlândia e nessa segunda parte tivemos o apoio da Rovaniemi Tourism and Marketing, a quem seremos sempre gratos, vide a simpatia e educação das pessoas. Dividimos 4 dias de viagem na Lapônia entre duas cidades: Luosto e Rovaniemi, nessa ordem, porque o voo de regresso sairia de Rovaniemi.
Mas antes de continuar, quero novamente agradecer ao Marco Brotto por ter me chamado para essa expedição e também aos amigos companheiros Leonardo Schuler e Valter Patrial, que inclusive cooperaram fornecendo algumas lindas fotografias para essa matéria.
COMO CHEGAR: A porta de entrada da Lapônia finlandesa é a sua capital, Rovaniemi. Uma linda cidade de mais ou menos 61 mil habitantes e a 10km do círculo polar ártico. Voei desde a capital da Finlândia, Helsinki, pela Norwegian Airlines, uma ótima empresa que operou sem atrasos e com wifi gratuito durante todo o voo, que durou quase 2h. A bagagem que pode ser despachada tem limite de peso de 20kg e pelo o que eu vi, isso foi bem fiscalizado. Olha só a pista do aeroporto completamente coberta por neve:
MELHOR ÉPOCA : a Finlândia tem temperaturas extremas e o tempo de luz do sol varia conforme as estações do ano. Em qualquer época do ano você vai encontrar coisas para fazer, mas no inverno rigoroso, entre dezembro e fevereiro, a coisa fica complicada… transitar muitas vezes fica impossível devido a quantidade de neve. Muitas empresas nem oferecem serviços turísticos durante essa época.
No verão, a luz do dia é quase constante, as temperaturas podem ser altas e a água dos lagos podem ficar entorno dos 20°C. Na Lapônia, para além do Círculo Polar Ártico, não há pôr-do-sol durante 73 dias no verão e muitos turistas vão lá para ver o sol da meia-noite. Já a escuridão do inverno dura 51 dias, quando o sol não sobe da linha do horizonte, o que dá origem ao fenômeno da noite polar, que os finlandeses chamam de “kaamos”. O inverno é caracterizado pela escuridão e frio impiedoso, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. Março e abril têm temperaturas mais amenas, com sol e neve, ótimo para esquiar, embora não haja montanhas muito altas por aqui.
ONDE FICAR: nossa hospedagem em Luosto foi no lindo Santa’s Hotel Aurora, que tem iglus com teto de vidro e também apartamento dentro do prédio principal. Os iglus são pequenos, mas você pode ver aurora deitado no conforto da sua cama, caso houver. Tem café da manhã e a comida do jantar estava simplesmente divina. Mas se preferir reserve em Hoteis.com.
Foto: Marco Brotto
Em Rovaniemi, ficamos no Santa’s Hotel Santa Claus, da mesma rede Santa’s Hotel que o iglu de Luosto. O hotel é bem localizado no centro, perto de restaurantes, serve café da manhã com muita variedade e tem um bar que funciona até 2h da manhã, o que é raro por aqui…
Ambos os hotéis têm o Aurora Alert Realtime. Um sistema que avisa aos hóspedes (se assim desejarem) no caso de estar ocorrendo aurora visível do hotel. O aviso pode chegar por SMS, email ou outra forma e é utilizado o site Aurora Alert.
O QUE FAZER:
Em Luosto, como chegamos mais de 5h depois do previsto, perdemos um primeiro passeio que seria com o Lapland Safari, na casa da aurora boreal, onde ouviríamos de algum especialista sobre esse fenômeno da natureza. Também seria aqui que poderíamos saber se a aurora emite som ou não. Ficamos sem saber… mas até hoje não ouvimos nenhuma mensagem dela (rs!).
Nossos passeios em Luosto estavam assim organizados:
Dia 1: Chegada à noite
Dia 2: Arctic Husky Farm, Reindeer Farm Jaakola, Lampivaara Amethyst Mine
Dia 3: Ida para Rovaniemi
No primeiro dia, estávamos na estrada e não deu tempo de passear em Luosto. Estávamos percorrendo aquela estrada nevada que contei no final do post 1.
Assim que chegamos em Luosto depois de umas 8h de viagem, fomos direto cada um para o seu iglu. Ahhhh mentira! Empolgados com o local, só largamos as malas e ficamos até mais ou menos 2h da madrugada (isso mesmo!) fotografando do lado de fora gelado (sim, isso mesmo de novo!). Nos arredores do hotel tem um bosque e que estava lindo completamente nevado. É um bosque cheio de trilhas e a neve chegava no joelho em alguns locais. É preciso cuidado! Montamos uma barraca e ficamos nos divertindo por ali, fazendo fotos e vídeos. As fotos abaixo foram tiradas por Valter Patrial:
A foto abaixo, tirada na manhã seguinte, mostra algumas caminhadas que podem ser feitas no bosque atrás do Santa’s Hotel Aurora em Luosto:
Acordamos no dia seguinte, depois de poucas horas de sono para não perder o costume (rs!), e nos encontramos com a nossa guia Heli às 9h30min para seguirmos o roteiro que mencionei antes.
ARCTIC HUSKY FARM: é um canil com mais de 180 cães da raça husky siberiano. Foi minha primeira experiência numa fazenda de cães husky, eles são lindos e dóceis, mas confesso que fiquei apreensiva com o alarde e uivos no momento que a gente chegou. Os cães só pararam de gritar quando a guia saiu com o trenó puxado por 6 cães escolhidos no canil. O circuito de trenó foi pequeno e no meio de um bosque, dentro da propriedade da fazenda. Foi uma boa experiência, mas sei que não voltarei a fazer isso… fiquei imaginando que os cachorros são explorados por dinheiro e senti-me um pouco agoniada. Entre no site para saber sobre horários e valores da fazenda.
Obrigada Valter Patrial pela sequência de fotos abaixo, eu parecendo a Felícia, aquela que agarra dos bichos com muita vontade mesmo e sem medo. A instrutora avisou que não pegássemos nos cães enquanto ela os amarrava no trenó, mas claro que esse aviso tinha chegado tarde demais pra mim (rs!). Isso porque eles ficam muito ansiosos e pode ser perigoso. Na verdade não achei, mas temos que seguir a recomendação, hein! Depois que eles fizeram o passeio, aí sim pudemos acariciá-los à vontade.
JAAKKOLA REINDEER FARM: também é uma fazenda, mas de renas e foi muito bacana. Andamos de trenó de renas, alimentamo-as, assistimos uma moça sami cantar, comemos sopa deliciosa e fizemos panquecas com geleia de frutas do ártico. Isso tudo regado a muitas explicações culturais do modo de vida lapão. Foi sensacional e considero imperdível!
Fotos abaixo de autoria de Valter Patrial:
Sami ou lapões são os povos indígenas do norte da Europa, comparados aos esquimós da América do Norte. Segundo dados da Embaixada da Finlândia em Lisboa, há em torno de 100 mil lapões nos países nórdicos, dos quais 4.500 a 6.500 estão na Finlândia, e que têm cultura própria. Evidências quanto à origem do povo sami foram encontradas em uma carta enviada por um viking ao rei Alfred da Inglaterra, no final do século IX, a qual narrava o modo de vida dos lapões, que migravam no verão para o litoral com as suas renas. Em 1995, a constituição finlandesa foi alterada a fim de reconhecê-los como um povo indígena, dentro do território definido como pátria Sami, com o direito de manter e desenvolver a sua própria cultura e língua. Os sami falam uma variedade de nove idiomas correlacionados da família do húngaro, samoiedo e principalmente do finlandês e estônio.
A bonita moça sami que nos recebeu, também cantou, fez comida e contou-nos como é a vida dos sami e sua relação com as renas. Foi muito especial e diria que um dos momentos mais emocionantes foi quando ela cantou e tocou tambor dentro dessa cabana de madeira e quentinha.
LAMPIVAARA AMETHYST MINE: o passeio para a mina de ametista (a pedra preciosa da Lapônia) estava marcado para as 19h e o pessoal é bem pontual. Fica a 3km do hotel em que estávamos e tem um local para deixar o carro, pois a subida, pelo menos no inverno quando o caminho está coberto com muita neve, é feito em carros especiais, eu diria caminhões de esteira. Parece um tanque de guerra.
A mina está localizada numa região do parque nacional Pyhä-Luosto e devido à essa razão subir até ela de automóvel privado não é permitido. Os táxis e ônibus fretados podem conduzir ao longo da estrada de serviço, porém como mencionei, no inverno isso não é possível porque não há nenhuma estrada aberta.
Durante a subida e lá em cima do morro a atração principal ficou por conta da vegetação completamente coberta de neve, formando lindas esculturas. Caminhávamos por ali imaginando as figuras formadas e fotografadas por Valter Patrial.
Os tickets são vendidos na cafeteria Lampivaara Café e o tour começa ali mesmo, pelo menos no verão.
O passeio na mina é simples e consiste em uma palestra curta de apresentação da região da mina, dos minérios que ali podem ser extraídos, depois uma descida numa escadaria até uma “miniatura” da mina, digamos assim, pois é um local pequeno onde levam os turistas para que procurem as pedras e o que você encontrar, você pode levar pra casa e pode fotografar e filmar. No final, mais uma palestra que engloba temas relacionados à natureza e a formação da aurora boreal. Aqui não é permitido fotografar em nenhuma das duas salas (que ficam em kotas), somente no lado externo é permitido, o que no inverno é maravilhoso!
Na volta para o hotel, ainda ficamos algum tempo pela estrada tirando fotografias. Estava uma noite super agradável com -10°C, mas sem vento algum.
Foto: Valter Patrial
Foto: Valter Patrial
Foto: Marco Brotto
Dormimos mais esta noite com apenas 3h e meia de sono no aconchegante iglu e no dia seguinte, antes de pegarmos a estrada, ainda brincamos de trenó na frente do hotel. Quem acompanhou no snapchat teve momentos de muita risada.
Foram 120 km entre Luosto e Rovaniemi e sempre nevando.
Em Rovaniemi:
Rovaniemi é a capital da Lapônia finlandesa, com aproximadamente 61 mil habitantes. Aqui, tivemos dois dias de programação. Assim que chegamos de Luosto, largamos as malas e fomos para o ponto mais turístico da cidade, o Santa Claus Village.
O centrinho de Rovaniemi, região de Romakaaniemi, é uma delícia de caminhar.
Foto: Valter Patrial
O roteiro em Rovaniemi ficou assim:
Dia 1: Santa Claus Village, Atelier Kangasniemi
Dia 2: Snowmobile, Wilderness Lodge, museu Arktikum, Sauna tradicional com jantar
SANTA CLAUS VILLAGE: é onde fica a casa do Papai Noel, Joulupukki, em finlandês. Aqui tem como andar de trenós de renas, fazer refeições em algum restaurante e comprar souvenires. O Santa Claus Village é composto por algumas edificações onde em uma delas funciona o posto de correio do Papai Noel, onde você pode comprar e enviar postais. A decoração é muito bonitinha e tudo remete à época de Natal.
A vila do Papai Noel tem entrada livre e é uma delícia ficar andando por ali, escutando musiquinhas de Natal. O estacionamento também é gratuito. É fácil chegar de ônibus urbano desde o centro de Rovaniemi.
Aqui no Santa Claus Village é também exatamente onde passa a linha imaginária do círculo polar ártico. Este círculo invisível marca a entrada para a região onde, em torno do solstício do verão em junho, não há pôr-do-sol mesmo à meia-noite, dando nome ao famoso sol da meia-noite. Ao contrário do inverno quando o sol permanece abaixo da linha do horizonte mesmo ao meio-dia. Portanto, na época em que eu viajei, final de novembro, o sol nascia e permanecia no horizonte até se pôr.
A representação física do círculo polar ártico é uma linha passando sobre os postes de iluminação, pois nessa época, o chão coberto de neve cobre os desenhos e escritos do chão. À noite, a linha fica iluminada de azul, como na foto abaixo.
Aqui na vila tem um local para alugar snowmobile, a Wild Nordic Finland foi a empresa que fizemos o passeio.
Dá para ficar uma tarde inteira passeando pela vila e entrar na casa principal, a casa do Papai Noel, para ver e tirar uma foto com a lendária figura do Joulupukki. A entrada é livre, mas não é permitido filmar e fotografar dentro e a foto com o papai noel é tirada por eles e vendida na saída. Nós pudemos fazer o filme, porque o Marco Brotto tinha a incumbência disso para uma emissora local e a entrega de cartas de crianças brasileiras. Tanto que nossa entrada foi permitida somente após o fechamento da casa, às 17h.
Aproveitei e entreguei cartinhas de umas crianças muito especiais:
ATELIER KANGASNIEMI: foi um pouco difícil encontrar, não sei se porque era noite ou se porque não estávamos mesmo entendendo nem o endereço nem o GPS. Quando chegamos, fomos recebidos pela Irene e seu marido Ari, um casal de jovens senhores que vivem sozinhos numa casa em frente ao ateliê de trabalho da Irene. Foi uma noite espetacular. Irene contou-nos muito sobre a cultura dos lapões, desde o cuidado com as renas, passando pelo artesanato até a culinária. Ela é fantástica, animada e apaixonada pela sua cultura e pela natureza.
Impossível se distrair da conversa de Irene, as memórias que ela tem para contar são de uma riqueza que guia nenhum seria capaz de transmitir. Eles são descendentes de lapões e praticam a cultura até hoje. Contou-nos sobre os tambores de pele de rena e a música. Sobre as frutas do ártico, todas aquelas pequeninas: mirtilo, blueberry, etc e como ela faz geleia e congela para terem estoque para todo o inverno.
O mais impressionante de tudo, foram as histórias sobre as renas. Ah as renas… como são amadas pelos lapões. Na américa do norte são chamadas de caribus e vivem em manadas em altas latitudes, as regiões árticas. A rena macho possui a galhada maior que da fêmea e as principais fontes de alimentação das renas são bambus, folhas, vegetação rasteira e principalmente líquens. Sazonalmente, as renas migram grandes distâncias e no inverno voltam para as suas fazendas. Possuem cascos afiados que garantem a tração sobre terrenos congelados e os tendões das pernas produzem ruídos secos e agudos que podem ser ouvidos de longe por outras renas quando viajam em grandes grupos.
A rena é bastante importante na economia das populações nativas do ártico. Esses povos domesticaram a rena como fonte de alimento, de peles e animal de tração. Contou-nos Irene que a galhada da renas cai anualmente e, quando encontradas, são utilizadas principalmente para confecção de lustres. Achei isso muito interessante, pensar que toda aquela enorme galhada na cabeça do bicho tem no máximo 1 ano. Ah e folcloricamente, o trenó do Papai Noel é puxado por renas, só que renas voadoras.
SNOWMOBILE: no segundo dia, saímos cedo para andar de snowmobile com a empresa Wild Nordic Finland. Como falei antes, a sede da empresa para o snowmobile é no Santa Clauss Village. Deram-nos macacões quentinhos, luvas, balaclava e capacete. Saímos para dar uma volta guiada pelos bosques nevados. Foi um ótimo passeio pra quem gosta dessas máquinas, eu adorei! O passeio durou não mais que 1 hora. Os valores vão de 75 euros até 200 euros, dependendo se 1 ou 2 pessoas em cada snowmobile, se com almoço etc.
Foto: Valter Patrial
ARTIC CIRCLE WILDERNESS LODGE: viemos conhecer esse ótimo lugar, a apenas 20 minutos de Rovaniemi, para fazer caminhadas por trilhas e estar em contato com a natureza. Nesse local, o rio Raudanjoki forma uma ilha no local, onde se pode caminhar e onde tem uma kota, a cabana onde nos foi preparado café, chá, linguiça assada na lareira e rosquinhas doces. Estava super agradável, um bom refúgio para o frio que estava fazendo ali fora.
Esse lugar dá para passar uma tarde inteira, pois são várias as trilhas disponíveis e é tudo aberto ao público. Tem também chalés para alugar e que podem ser acessados pelo site da Wild Nordic Finland.
Foto: Marco Brotto
Foto: Leo Schuler
ARKTIKUM: museu e centro de ciência onde fomos recebidos por uma guia que nos mostrou todas as alas do museu. Foi bem interessante e sugiro a quem vier a Rovaniemi, gastar algumas horas aqui. Sugiro inclusive verificar através do site do museu o horário de visitação, pois depende da estação do ano e pode estar fechado às segundas. A entrada custa 12 euros.
Foi aqui que escutamos pela segunda vez (primeiro foi na mina de Luosto) as duas origens místicas para a aurora boreal. Uma delas é de que a aurora é originada pelo balançar do rabo de raposas que quando batem na neve fofa do chão, a aurora surge. E a outra é de que são espíritos que olham pela gente, os fantasmas dos céus.
Foto: Leo Schuler
SAUNA TRADICIONAL E JANTAR COM O SANTA’S ADVENTURES: Na hora marcada, Jarkko e Esko nos aguardavam no saguão do hotel. Eles nos levaram até onde seria a nossa mais louca noite. Foram quase 30 minutos de estrada desde Rovaniemi e chegamos num local completamente escuro, sem energia elétrica e naquele momento fazia uma temperatura de aproximadamente -10°C e ainda ficaria mais frio.
Tudo era mistério… a escuridão, o caminhar na neve dos dois homens pra lá e pra cá no escuro que sumiam da nossa vista. Acenderam velas dentro de luminárias e demarcaram um caminho nevado. Havia só o barulho das nossas pisadas na neve e o silêncio se postava. Logo adentramos numa cabana, com uma mesa e 4 lugares, ali eles acenderam uma lareira e disseram que se precisássemos nos aquecer, poderíamos usar essa cabana. Dali, continuamos a caminhada pela trilha de neve e velas. Outra cabaninha de madeira adiante e foi-nos apresentado o banheiro, mais adiante outra que era a sauna e mais à frente havia uma kota, aquelas cabanas típicas que já falei, mas aqui era metade aberta e ali embaixo fizeram uma fogueira onde colocaram para assar linguiças, salmão e batatas.
Foto: Valter Patrial
Tudo isso estava à beira de um grande lago, que não conseguíamos enxergar devido à noite tão escura. Caminhando até ele, uma surpresa se desvendou. Jarkko e Esko abriram um buraco no lago congelado, com direito a escadinha como se uma piscina fosse. O lago estava com 10 cm de superfície congelada, portanto seguro para caminhar sobre ele. Ali eles esperavam que tivéssemos a experiência do banho e da sauna finlandesa, mas confesso que fiquei apavorada, pois não sabia que seria assim. Então lembre-se: vá com alguma roupa de banho. Eu já quase congelava com tantas camadas de roupas, imagina tirar tudo e pular naquela água. Brotto conseguiu. E devo admitir que é admirável, pois sair da sauna, descalço caminhar sobre a neve pela trilha até o lago, entrar na piscininha e voltar pra sauna, devem ter sido os 2 minutos mais longos e congelantes da vida dele.
A parte engraçada ficou para depois disso tudo. Na hora de ir embora, Brotto foi recolher a cueca que deixara secando, já que entrou no lago com ela. Só que do lado de fora da cabana onde jantamos, estava já fazendo -15°C e a cueca molhada congelou. Foi hilário, pois parecia um peixe congelado, um “cuecalhau” ficou apelidado.
Sauna é a palavra da língua finlandesa mais conhecida no mundo. E segundo a Embaixada da Finlândia em Lisboa, isso faz um imenso sentido, pois culturalmente a sauna detém posição incontestada no cotidiano dos finlandeses, é saudável e promove longevidade para quem a tem como hábito. Na cultura tradicional, a sauna era um lugar de para atividades sociais e sanitárias. Para a sociedade moderna, a função sanitária da sauna perdeu parte da sua importância e locais como clubes e academias de ginástica mantêm as saunas mais para o relaxamento muscular. Hoje em dia, a função social é sem dúvida a mais importante. E justamente por causa disso, um bom anfitrião não pode negar ao seu hóspede finlandês o prazer de um banho na sua sauna antes do jantar. Caso não sejam ainda amigos íntimos, o serão com certeza, porque a sauna é a melhor forma de “descongelar” qualquer frieza humana.
Ainda segundo a Embaixada finlandesa, a sauna é o melhor local para se realizar negócios, pois é um local onde não é preciso recear que alguém tome notas ou grave as conversas. É comum empresas finlandesas possuírem uma sauna, por exemplo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem duas em Helsinki e pelo menos uma em cada Embaixada em todo o mundo.
Na Finlândia quase todas as casas têm saunas mas, nas cidades, prevalecem as elétricas. Contrariamente aos preconceitos de alguns, a sauna não tem função erótica, não existem saunas públicas mistas e homens e mulheres não costumam ir juntos, a não ser com a família. Visto que os finlandeses fazem sauna com muita frequência, não há problema se alguém (até um finlandês) optar por não ir à sauna. No entanto, caso hesite entre ir à sauna que foi preparada especialmente para você, deverá ter em conta que se trata de uma questão de orgulho para o anfitrião e, regra geral, só poderá recusá-la por motivos de saúde. Fonte: Embaixada da Finlândia em Lisboa
Esses foram os lugares que conhecemos na Finlândia nessa viagem de 9 dias e para ver o video com imagens, clique na imagem abaixo. Os primeiros dias em que estivemos “caçando” aurora boreal está descrita no post 1.
Você poderá gostar de ler mais sobre viagens no inverno:
- ALASKA E A AURORA BOREAL
- ALASKA – Um roteiro pelo Alaska
- ARGENTINA – BARILOCHE
- CAMPOS DO JORDÃO – ROTEIRO COMPLETO
- FINLÂNDIA E NORUEGA – CAÇADA A AURORA BOREAL NO EXTREMO NORTE
- PATAGÔNIA CHILENA – AYSÉN, GLACIAR SAN RAFAEL E CAPILLAS DE MARMOL
- SUIÇA – LAGOS OESCHINENSEE E BLAUSEE, KANDERSTEGSUIÇA – ABELBODEN
Juliana, eu fico admirado de como vc consegue transmitir detalhadamente toda a viagem, é sempre um prazer a sua companhia.Sempre, todas as minhas expedicoes voce e o pessoal loucosporviagem.com terão as portas abertas. Viajar enriquece a alma e os amigos que fazemos enriquece o coração. Obrigado pela sua cia.
Obrigada Marco, não sabe como fiquei contente com seu recado. Viajar com você é muito divertido, você é companheiraço, espero que possamos fazer muitas aventuras ainda! Obrigada pelo empenho nessa viagem e por todos os passeios que fizemos graças a você.
Lindooo. Perfeita a matéria… Lindas fotos td mt lindo.. Parabéns…
Oi Ana linda! Que bom que gostou. Obrigada pelo seu comentário! 🙂
Olha… estava em busca de uma informação simples na web e, por curiosidade, vi seu FANTASTICO blog! Essa viagem para a Finlandia, realmente me encantou.
Tenho muita vontade de conhecer lugares assim. a questão do verão, ter 73 dias “a noite”, achei… er… sem palavras pra descrever…porém, conforme o amigo postou acima, a maneira que vc detalha suas viagens, honestamente, senti como se estivesse la..no mesmo lugar… só faltou o friozinho e o focinho gelado dos huskies… =)
Ganhou um fã-admirador! pode ter certeza!!!
Parabens!!!
Olá Marcio, você não sabe o quanto feliz fiquei com sua mensagem! É muito bom saber que tem alguém que lê, gosta e ainda elogia com palavras!
Obrigada, de coração!
Essa viagem para a Finlândia foi demais mesmo e a aurora boreal então? É fascinante!
Vou torcer para que você vá conhecer e sentir o friozinho gostoso, hehehe.
Abraços, Juli
Oi Juli, que linda viagem e que boa narrativa.Gostaria de saber se vcs viram a aurora boreal e como fazer para ver.Estou indo final de setembro e vou aproveitar suas dicas.
Oi Ana Maria,
na Lapônia finlandesa não conseguimos ver aurora, pois o tempo não ajudou, o céu estava muito fechado e nevava o tempo inteiro. Como sabíamos que estava havendo atividade (aurora), fomos de carro até a Noruega, onde o céu estava mais limpo e aí sim, vimos lindas auroras.
Dá uma olhada no seguinte post, que foi na mesma viagem: http://www.loucosporviagem.com/destinos-internacionais/finlandia-e-noruega-cacada-a-aurora-boreal/
Eu amei demais essa viagem e Finlândia é muito civilizado! Beijos!
Oi, Juli!
Estou super emocionada lendo suas narrativas de viagem… são super bem escritas, com riquezas de detalhes e de sentimentos. Simplesmente fascinantes!
Estou pegando várias dicas e saiba que seu blog está servindo de guia de turismo para minhas viagens.
Parabéns por criá-lo com tanto amor e obrigada por divulgá-lo.
Oi Fernanda,
adorei sua mensagem lindona!
Que bom poder ajudar alguém com as viagens. Beijos, Juli
A juli arrasa nos posts!!!! beijos
Olá Juli, será possível enviar para o meu e-mail algumas dicas sobre como planeou a sua viagem. A ideia será mesmo uma viagem à Terra do Pai Natal e gostaria de saber através de quem (empresa) fez o contato.
Obrigada
Oi Vanda,
eu não planejei essa viagem, fui acompanhar o caçador de aurora Marco Brotto – http://auroraboreal.blog.br/ – que já tinha o roteiro pronto.
De qualquer forma, se você ler bem no texto, eu descrevi o roteiro que seguimos, está na parte de O QUE FAZER.
Eu mesma comprei as passagens aéreas pelo site das empresas.
Os hotéis estão todos no booking.com e coloquei no texto o link para facilitar, basta clicar, colocar as datas e reservar.
Beijos!
Muito obrigada Juli, já agora mais uma dica por favor. Se for um casal com criança por exemplo, acha necessário ir a Luosto ou apenas em Rovanieni já se tem a ideia da Terra do Pai Natal? Pareceu me que Luosto é muito bonito mas não sei se tanto confortável. Obrigada
Olá Juli,
Obrigada pelas informações, gostei muito da forma como descreveu toda a viagem,fiquei com a sensação de já lá ter estado.
Bom fim de semana.
Oi Vanda,
Rovanieni é a terra do Papai Noel! Não precisa de mais nada além daqui sobre o Natal.
Luosto é bonito, mas é bem pequeno, como se fosse a zona rural. Não tem entretenimento para as crianças, não que tenha me chamado a atenção, então acredito que basta Rovaniemi sim.
😉
é tranquilo dirigir? os pneus são pra neve ou tem que usar corrente?
dezembro vou por lá e ainda não decidi se pego carro ou não…
Oi Adriana,
com a neve de dezembro tem que ter muuuuito cuidado nas estradas que estão cobertas de neve e gelo. Não se consegue ver o acostamento nem onde termina a estrada, preste a atenção nas balizas colocadas demarcando a lateral da estrada. É bom dirigir bem devagar.
Os pneus do carro que alugamos já vieram preparados com pregos e para a ocasião foi suficiente. Mesmo assim, a velocidade nas ruas e estradas é baixa.
Aproveite! Beijos
Oi!! Tu sabe me informar quais as epocas que tem neve? E na capital da Finlandia tb neva como ai?
No inverno pode nevar bem em Helsinki sim! Geralmente, no Natal ela está coberta de neve.
Na primavera, somente na Lapônia há possibilidade de encontrar neve para esportes de inverno, por exemplo. Já vi dizerem que de março a abril é uma boa época para as férias de inverno na Lapônia, pois a neve ainda não haveria derretido.
A neve começa em novembro na região norte, enquanto, no sul só mais para dezembro.
😉
Ai que vontade deu de pegar um friozinho!
Juli bom dia
Estou me programando para ir para a Finlândia em Semtembro de 2017,e pesquisando achei seu blog.Amei !!!!!!
Continuarei lendo e obtendo mais informações.Onde vocês alugaram carro ??
Abraços .
Flávia Ramos
Oi Flavia!
Que maravilha!!! Alugamos no aeroporto de Rovaniemi, na empresa Sixt. Tem quiosques de locadoras em frente onde você espera as malas na esteira.
😉 Aproveite!!!
Oi, Juliana!
Parabéns pelo post, super completo escrito de forma simples e clara! Adorei todas as dicas. Estou indo para a Finlândia no feriado da Páscoa 2017, na cidade de Rovaniemi é possível ver a Aurora Boreal? Estou indo sozinha e não gostaria de alugar carro, é possível contratar passeios na cidade? Agradeço a ajuda! Abraços Mayra Nastari
Olá Mayra, obrigada, que bom que gostou.
Sim, em Rovaniemi também é possível ver aurora de agosto a abril, geralmente, mas depende de outros fatores como céu sem nuvens e ocorrência do fenômeno, claro.
Tem passeios sim pela cidade, entra no site visitrovaniemi.fi
Eu adorei esse lugar!
Boa viagem e aproveite!
Oi Juli! Gostaria de saber em qual mês você foi! Estou programand para ir em julho/agosto mas não verei neve na Lapônia né?
Oi Stephanie,
quando fui estava com bastante neve, mas era novembro. Em julho e agosto dificilmente estará nevando, mas quem sabe né? Como o clima anda mudando tanto…
Muito bom esse post!Parabéns! Bom saber que não sou a única a ter esse plano, de visitar a Lapônia no frio…RS! Tá difícil é de conseguir convencer a família…
Oi Liana,
o inverno pode ser lindo pra quem não se intimida com o frio.
São viagens diferentes dependendo da estação do ano, né?
Eu achei maravilhoso!
Oi Liana,
o inverno pode ser lindo pra quem não se intimida com o frio.
São viagens diferentes dependendo da estação do ano, né?
Eu achei maravilhoso!
Adorei os seus relatos Juli!!! Estou planejando ir a Rovaniemi, mas adoraria mesmo é ver a aurora por lá! Será que 1 semana é o suficiente para procurar a aurora junto as agências que oferecem esse passeio? No Post 1 vcs vão a lugares tãoooo distantes nessas estradas que parece algo impossível de ver kkkkk xDDDD
Obrigada Juju!
Não precisa se distanciar muito de Rovaniemi pra ver aurora, lá mesmo poderá ver, se reunir as condições: atividade magnética e pouca luminosidade.
Uma semana está de bom tamanho.
Que época do ano vc vai?
Estou planejando entre Fevereiro/Março
Como atravesso Rovaniemi para a Lapônia Sueca ?
Pode ser de carro, Monique.
Sou mochileiros, não existe transporte pública entre Roveniame e a Lapônia na Suécia ?
Estamos em Ivalo, estamos amando aqui, é muito frio e ao mesmo tempo espetacular
Ahh que maravilha Solange!
Queria poder estar aí também! Aproveitem!!
Meu maior sonho é conhecer esses três países e a Islândia. Gostaria de ver o sol da meia noite.
Oi Aparecida,
pra ver o sol da meia-noite você deverá ir quando lá for verão.
Lugares lindos!