Bariloche é uma cidade muito conhecida dos brasileiros, localizada na província de Río Negro, Argentina, onde o turismo é forte tanto no inverno quanto no verão. No frio todos buscam ver a neve, esquiar, comer fondue e tomar chocolate quente. Já no verão, os passeios nos lagos da região e trilhas nas montanhas são bastante procurados.
Fiz essa viagem no auge do inverno, em agosto de 2013 e passei cinco noites em San Carlos de Bariloche. Cidade muito bonitinha, com bastante variedade de hospedagem, restaurantes, lojas e diversão.
Como chegar:
Voos do Brasil para San Carlos de Bariloche geralmente têm conexão em Buenos Aires. Preste atenção para não acontecer a inconveniente troca de aeroporto, pois há dois na capital argentina: Ezeiza e Aeroparque. Pesquise preços nas empresas Latam, Gol e Aerolineas Argentinas. Indico o site GoogleFlights para pesquisar os voos. Super prático!
Se você visitar Bariloche fora da temporada de inverno, o ideal é alugar um carro. Recomendo o site do RentCars. Mas se você for no inverno, como no meu caso, evite dirigir. Nesse post vou contar como você deve se locomover usando transporte público, táxi (ou remis) e agência de turismo.
Melhor época:
Há maior probabilidade de encontrar neve nos meses de julho e agosto.
Pode-se visitar a região em qualquer época do ano, pois a paisagem muda completamente entre as estações. Durante o inverno as temperaturas ficam negativas e atrai muitos turistas que querem praticar esportes na neve. Durante o outono já está fazendo frio durante à noite e na primavera as noites podem ser frias, mas agradável durante o dia. No verão os turistas procuram a região para usufruir dos lagos, da pesca, do trekking entre outras atividades ao ar livre. Os mais corajosos nos dias mais quentes arriscam até um mergulho no lago (há “praias” de lago em Bariloche).
Veja abaixo a média por mês de temperaturas e chuvas:
Fonte: WeatherBase
Onde se hospedar:
Ficando na cidade e, principalmente, na redondeza do Centro Cívico, o centro de Bariloche, você terá acesso a pé a muitas lojas e restaurantes.
Nos hospedamos no Hotel Tirol, ao lado do Centro Cívico. Este hotel tem vista para o lago Nahuel Huapi, quartos confortáveis e aquecidos, acesso Wi-Fi e café da manhã incluídos na diária. Também oferece depósito para esquis, mas como não precisei, não conheci essa parte. Para saber mais sobre o hotel, clique aqui.
A Fabi esteve lá na primavera (out/07) e se hospedou no Villa Huinid Hotel Bustillo. Não fica no centrinho Cívico, mas não fica longe. O ideal é estar de carro alugado ou, então, usar táxi para ir ao centro. Para ver mais fotos do hotel clique Booking.com ou Hoteis.com.
Quanto tempo:
Eu fiquei 5 noites em Bariloche e poderia ter ficado mais uns 3 dias sem repetir programação. Você pode esquiar em vários Cerros no inverno, além de apenas visitá-los e para isso vai precisar de mais tempo.
O que fazer:
- Cerro Catedral
O local mais famoso e mais procurado do inverno, cujo ponto mais alto fica a 2.180m de altitude. Vá agasalhado porque faz frio e venta bastante. Se você quer ir ao Cerro Catedral para esquiar, melhor ficar atento ao período de abertura e fechamento das pistas que varia dependendo das condições do tempo. Procure informações atualizadas do calendário de neve no site do Cerro Catedral (clique aqui). Além de esqui e snowboard, outras atividades podem ser encontradas no local: esquibunda, trekking com raquetes de neve, motos de neve, uma espécie de tobogã que desce de bóia e até um Kids Club, além dos 38 diferentes teleféricos que servem tanto aos esquiadores quanto aos pedestres (os não esquiadores).
Para esquiar e fazer snowboard, o Cerro Catedral conta com 53 pistas de esqui, mas apenas 6 são consideradas para nível iniciante. Então, verifique o tipo de entrada que você deseja, pois existem várias. Pesquise o que mais interessa para você no site do Cerro Catedral, pois é melhor já ir sabendo que opções estão abertas na época. A infraestrutura da base do Cerro é muito boa, com vários restaurantes e lanchonetes, escolas de esqui e snowboard, lojas para aluguel de roupas e equipamentos, ou seja, não se preocupe em levar nada.
A melhor e mais confortável forma de se chegar no cerro Catedral é de carro, mas ônibus urbano foi a nossa escolha. O ticket da passagem deve ser comprado em algum “kiosco” (tipo banca de revista) antes de embarcar. Também é possível ir de remis, que é um tipo de táxi com preço fechado ou com agência de turismo. Saímos do hotel às 7:30h e no ponto do ônibus já havia bastante gente formando fila. Foram 45 minutos de trajeto (20km), num veículo lotado, mas todos estavam super animados.
Alugamos o equipamento em uma loja do centro no dia em que chegamos, há muitas opções, então é melhor pesquisar preços. O equipamento só se pega lá na base do Cerro Catedral em um local previamente indicado (o equipamento saiu por 300 pesos e 2h de aula particular por 800 pesos para duas pessoas). Sugiro passar um dia inteiro usufruindo das atividades do Cerro Catedral.
À tarde fomos passear no teleférico de pedestres até um ponto bastante alto, muito frio e que ventava bastante. Ficamos cerca de 1h esperando no frio e em pé na fila pra descer no teleférico. Às 17h fomos pra fila do ônibus, pois não havia táxi suficiente para todos para voltar a Bariloche. Ali ficamos mais 1h passando frio, mas apreciando um visual maravilhoso.
- Cerro Campanário
Nossa escolha aqui também foi ir de ônibus urbano, com ticket comprado no kiosko. O motorista nos indicou quando deveríamos descer e o teleférico fica bem na estrada, a 17 km do centro Cívico de Bariloche.
O Cerro Campanário tem 1.050m de altura e proporciona vistas lindas dos lagos e montanhas. Há uma confeitaria pequena lá. Fazia bastante frio e nevava enquanto subíamos no teleférico aberto. Lá de cima a vista é incrivelmente bela, valeu cada centavo arrepiado de frio. Como o teleférico é aberto, se for inverno, é melhor ir bem agasalhado e protegendo as orelhas. Para mais informações, clique aqui.
- Cerro Otto
Do Cerro Campanário pegamos o mesmo ônibus, mas em sentido contrário, até o Cerro Otto, que fica a 3,5km do Centro Cívico. O motorista nos deixou em uma esquina e caminhamos mais duas quadras até o teleférico, bem tranquilo. Foi uma ótima logística, pois ali ficamos sabendo que do Otto até o centro há um free bus.
O Cerro Otto funciona o ano inteiro das 10h às 18h30min, tem 1.405m de altura e para subir tem um teleférico fechado. Lá em cima, além da vista 360 graus das maravilhosas montanhas, dos lagos e penínsulas, tem uma cafeteria giratória super concorrida, onde pudemos espantar o frio e almoçar tranquilamente olhando pra uma das paisagens mais lindas de Bariloche. Outra possibilidade é subir de funicular.
No topo dessa montanha existem algumas atividades como escorregar na neve com bóias, trenós ou esquibunda e até dançar numa boate (sim, estava funcionando em plena tarde).
Para mais informações clique aqui.
- Cerro Tronador
Esse é um passeio que dura o dia inteiro se estiver hospedado em Bariloche. Contratamos o tour através do hotel, pois optamos por não alugar um carro porque explicaram que era longe e havia neve na estrada. De fato é longe e foi o passeio mais caro, mas valeu muito a pena. O lugar é espetacular e foi o que mais gostei dessa viagem. Fica na divisa entre Chile e Argentina e dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi (site aqui), cuja taxa de entrada foi de 65 pesos por pessoa.
O Tronador tem 3.470m de altitude e tem esse nome devido ao estrondo que se ouve quando o gelo se desprende e cai, pois há uma geleira lá no topo, que se chama Castaño Overo. É incrível ver uma geleira tão alta e, no verão, formam-se algumas cascatas, mudando completamente a paisagem. A geleira negra, cujo nome é Ventisquero Negro, o gelo mais escuro e próximo ao lago congelado que você pode ver nas fotos, fica no inverno esbranquiçada devido à neve. No total o Cerro Tronador tem 8 geleiras e fiquei com muita vontade de voltar lá no verão para fazer algumas trilhas.
Almoçamos uma comida caseira maravilhosa num camping na base do Cerro Tronador com vista para a geleira. Só há duas opções de lugar para comer, esse camping e um restaurante logo à frente. Na ida, a van ainda fez várias paradas fotográficas, como o mirante do Lago Mascardi, que tem uma ilha em forma de coração. A volta foi de 2h de viagem sem parar.
- Villa La Angostura
Um cidade pequena da província de Neuquén, a 85km de Bariloche. Na rua principal tem lojas e restaurantes e é onde fica também o terminal rodoviário. A passagem para Villa La Angostura custou 45 pesos por pessoa cada trecho e compramos na hora do embarque. Foi 1h de viagem numa estrada linda ao redor do lago Nahuel Huapi.
Chegando lá, pegamos informações no centro para turistas, com mapas e horários de bus. Pegamos um ônibus urbano para ir até o píer da Bahia Mansa, que fica no parque Nacional Los Arrayanes, uma paisagem lindíssima na beira do lago.
Não havia quase ninguém ali e andamos pelas ruas até outro píer, o da Bahia Brava. Há passeios de barco pelo lago, mas estava tão frio que optei por procurar um restaurante pra me aquecer.
Eu estava com fome e o único resturantezinho que vi aberto estava lotado em suas menos de 10 mesas. Queria voltar ao centro da Villa, mas não havia ônibus porque os horários são escassos. Saí perguntando como conseguir um táxi e foi o dono do kiosco da praça que ligou para um remis vir nos buscar. Voltamos para o centrinho de La Angostura e as lojas continuavam fechadas, apenas restaurantes abertos. Almoçamos no restaurante Nevada uma pizza que estava ótima, mas o ambiente cheirava muito a gordura. Ainda tomei um café com churros no Ruta 40 antes de volta pra Bariloche. Em Villa La Angostura você pode esquiar e fazer snowboard no Cerro Bayo, que possui 22 pistas e lojas que alugam equipamentos na sua base. O cume está a 1.782m de altitude.
Para quem quiser se hospedar em Villa La Angostura vale a pena conhecer o super exclusivo Correntoso Lake & River Hotel. Para mais informações clique aqui.
Outros lugares legais para conhecer:
- Piedras Blancas: local bem próximo à cidade e indicado principalmente para crianças, para a prática de atividades como esqui para iniciantes, trenós ou esquibunda, tirolesa, teleférico e até um safári na neve. Site aqui.
- Passeios de barco: o mais conhecido deles é o que cruza o lago Nahuel Huapi, parando em locais como o Bosque de Arrayanes e a ilha Victoria que fica em frente a Villa La Angostura.
- Circuito Chico: é o city-tour mais conhecido e a melhor maneira de contemplar a região de Bariloche de forma guiada. Dura cerca de um turno e percorre a margem sul do lago Nahuel Huapi, com paradas no Cerro Campanário, em lojas de produtos à base de rosa mosqueta, na Capela San Eduardo e no famoso e lindo hotel Llao Llao. Se você estiver de carro alugado também pode fazer esse circuito por sua conta.
- Rota dos 7 lagos – é possível fazer de carro alugado ou com alguma agência de turismo. Essa rota fica entre Bariloche e San Martin de los Andes. Na verdade, o ínicio dela é em Villa La Angostura. A partir daí são 100km de estrada com vistas incríveis dos lagos. Parte da estrada não é asfaltada.
- Travessia dos Lagos Andinos : a travessia que liga Puerto Varas na Patagônia chilena a Bariloche na Argentina é belíssima. O tour dura um dia inteiro : são 4 percursos de bus e 3 de catamarã. É possível fazer Puerto Varas-Bariloche ou Bariloche-Puerto Varas. O ideal, para quem quiser fazer a travessia, é começar a viagem pelo Chile e terminar na Argentina ou vice-versa, para assim, não ter que fazer duas vezes a travessia. A travessia é efetuada pela empresa Cruce Andino. Para acessar o site clique aqui.
- Nova travessia dos Lagos Andinos : hoje em dia existe uma nova opção de travessia dos lagos andinos, que liga Pucón, no Chile, a San Martin de Los Andes, na Argentina. Para mais informações acesse aqui. San Martin de Los Andes está localizada a 160 km de Bariloche.
Restaurantes:
- Pizzaria Friends: badaladinha, bem decorada e com opções de diferentes marcas de cervejas. Foram 168 pesos para duas pessoas, com jantar.
- Il Capo: pequeno, simples, mas aconchegante, comemos macarronada deliciosa por 195 pesos o casal.
- Rapa Nui: a chocolateria mais concorrida que vi e tem um delicioso sorvete.
- La Alpina: bonito restaurante com lareira central, mas o fondue de carne deixou a desejar (350 pesos para o casal).
- La Esquina: bom custo benefício, um jantar a 150 pesos para duas pessoas.
- Rincon Patagonico – esse foi a Fabi que conheceu e recomenda para quem quiser experimentar o tão famoso cordeiro patagônico.
- Familia Weiss – restaurante tradicional em Bariloche, especializado na culinária patagônica e com vista para o lago Nahuel Huapi.
- El Patacón – outra ótima opção para experimentar o cordeiro patagônico.
Editei um vídeo com imagens dos cenários inesquecíveis da região de San Carlos de Bariloche:
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Estou encantada com tudo que vi.Parabéns.
Obrigada D. Lélia!
Que bom que gostou! Um beijo!
Vendo essa postagem em 2018 e amando todas as dicas!!